Eu já estudei alemão. Em algum lugar na minha memória ficou armazenado meus 2 anos de estudo do idioma que eu pensei que nunca usaria quando o aprendi aos 15 anos.
Se não bastasse minha tentativa pífia de comprar uma pizza de Pepperoni em Wurzburg no meu primeiro dia de viagem e receber com aquela carinha de surpresa uma pizza de pimentão (sim, existe!), consegui fazer algo mais extraordinário: me frustrar com uma simples torta de chocolate.
Chegando na praça central de Dresden, uma das cidades mais lindas que já estive na Alemanha, dei de cara com esta confeitaria incrivel: a Emil Reimann. Ela é absolutamente linda! Algo que se espera de uma confeitaria rustica Alemã repleta daqueles pães enormes e cheios de nuts.
O lugar estava lo-ta-do! Pensei que só poderia ser aquele a quintessencia confeiteira do lugar. Demorei uns 15 minutos pra conseguir chegar ao balcão dos pedidos.
Ainda escaldada pela história da pizza, nem me arrisquei a falar alemão. Olhei todas as tortas lindas da vitrine e pensei "quero a mais chocolatuda!". Apontei pra torta mais linda com um crumble quase perfeito e uma caldinha que parecia muito algo feito pelos anjos mais sublimes da cidade. Quero aquela ali!
Fiz toda uma cerimônia pra abrir a minha caixinha da felicidade. Escolhi a ponte mais bonita, a vista mais perfeita e sentei com meu garfo em riste e um sorriso de canto de boca. Parti um pedaço generoso e coloquei na boca... Mano... sério... Eu PRECISO aprender alemão! A torta era absolutamente horrível! Tinha gosto de terra, areia, pântano! Peguei uma segunda colherada indignada para agora, com meus sonhos partidos, descobrir do que era feito aquela tortura. A torta era de linhaça! Farinha de linhaça com algo que me lembrou ricota. Meu marido riu, disse que eu não iria sair da dieta pelo menos. Um mal momento para piadas.
Moral da história: você pode até ir a um país que você não fale o idioma, mas esteja disposto a comer torta de linhaça (eca!) ou pizza de pimentão.
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